Em Curitiba, designers estão reformulando logomarcas para que deixem de ser apenas símbolos e passem a criar conexões reais com o público.

O tempo em que uma logomarca era apenas um desenho bonito no canto do cartão de visita ficou para trás — e quem acompanha o movimento dos estúdios de design gráfico em Curitiba já percebeu isso há um bom tempo. Por aqui, a lógica é outra: identidade visual não é mais uma questão estética, mas uma experiência. Algo que precisa ser reconhecido, sentido e interagido.

Num mundo cada vez mais digital, onde a inteligência artificial está por todos os lados — desde os assistentes de voz até os aplicativos de chat — as marcas também precisam acompanhar essa transformação. E isso começa justamente pelo que antes parecia intocável: o logotipo. Ou melhor dizendo, pela forma como a marca se apresenta e se comporta.

Curitiba, com seu ecossistema criativo forte, vem se destacando nesse novo momento. Estúdios da cidade têm deixado de lado a ideia de que basta criar um ícone “moderno” e apostar em paletas de cores genéricas. O foco agora está em construir uma presença viva, que funcione tanto em materiais impressos quanto em interações com inteligência artificial, redes sociais, assistentes virtuais e plataformas interativas.

O desafio é grande. Porque, sejamos honestos, muitos projetos de IA ainda surgem com identidades visuais que parecem saídas de um template qualquer: gradientes genéricos, fontes sem graça e um ar meio… sem alma. Só que quando essas soluções chegam ao público, elas precisam transmitir algo mais profundo. Não basta funcionar — tem que conectar.

É aí que entra o trabalho dos designers curitibanos. Inspirados por cases internacionais e também pela efervescência cultural local, esses profissionais estão criando logomarcas que falam. Não literalmente, mas que comunicam algo além do visual. Marcas que se comportam de maneira consistente, seja por meio de movimentos sutis, sons, respostas visuais adaptativas ou até expressões verbais quando aplicadas a interfaces conversacionais.

E por que isso importa? Porque no cenário atual, as marcas precisam ser reconhecidas por como agem, não só por como parecem. Um exemplo simples: se um usuário conversa com um assistente virtual e a linguagem daquela interação transmite clareza, humor e empatia, essa também é uma assinatura de marca. Em Curitiba, muitos estúdios já estão criando guias de identidade que vão muito além da paleta e do logo — incluem comportamento, tom de voz, animações, experiência de uso.

Essa abordagem mais ampla — chamada por especialistas de branding holístico — coloca o foco não só no símbolo, mas em como a marca se manifesta em cada ponto de contato com o público. O que antes era apenas uma “marca bonita” agora precisa ser memorável, intuitiva e coerente em contextos dinâmicos, como interfaces de IA.

Não é à toa que algumas das logomarcas mais interessantes feitas recentemente em Curitiba nasceram de projetos com essa pegada. Uma identidade visual que responde a comandos, que se adapta à forma como o consumidor interage, que se movimenta, que tem comportamento próprio. Tudo isso somado ao cuidado com a estética, que continua sendo fundamental — mas agora dividindo espaço com a funcionalidade emocional e interativa.

Quando o logo vira comportamento: o que Curitiba tem a ver com isso?

A lógica tradicional do design dizia que a marca precisava de um símbolo visual forte, reconhecível em qualquer canto. Isso continua sendo verdade — mas só isso não basta mais. E em Curitiba, os estúdios de design já sacaram essa mudança há um bom tempo.

Hoje, marcas que realmente se destacam não são apenas vistas: são percebidas de forma mais completa. O logotipo é apenas a porta de entrada. O verdadeiro diferencial está em como essa marca se movimenta, responde, fala, se adapta. E sim, isso vale para marcas grandes, pequenas, novas ou antigas. Todo mundo está entrando nesse novo jogo da identidade fluida — e os profissionais curitibanos estão entre os mais antenados nessa virada.

Um exemplo que representa bem essa tendência é o uso de design dinâmico. Em vez de um logo fixo, os estúdios locais estão apostando em elementos visuais que mudam conforme o contexto, mas sem perder a essência. Já viu uma marca que ajusta sua tipografia conforme o humor do conteúdo? Ou que altera sua paleta de cores dependendo da plataforma onde aparece? Isso é mais comum do que parece por aqui — especialmente entre marcas de tecnologia, moda e cultura.

E quando o assunto é inteligência artificial, o desafio vai além do visual. As interações acontecem por voz, texto, gestos e até expressões faciais em interfaces mais sofisticadas. A pergunta que designers curitibanos estão fazendo é: como essa marca soa? Como ela age? Como ela se apresenta sem que o logo esteja lá o tempo todo? É esse pensamento que tem guiado projetos mais ousados e consistentes nos últimos anos.

Uma marca que se comunica por voz, por exemplo, precisa ter um tom reconhecível. Em Curitiba, tem estúdio criando bibliotecas de linguagem emocional para marcas que usam IA. Ou seja, não é só responder rápido — é responder com o jeitinho certo. Isso também é identidade visual. Mesmo sem mostrar o logo, o usuário “sente” que está lidando com aquela marca.

Outro ponto interessante é a coerência entre os pontos de contato. É comum ouvir por aí que branding precisa ser consistente — mas o que isso significa hoje? Em Curitiba, significa que a experiência de marca precisa ser integrada: o site conversa com o tom do aplicativo, que por sua vez mantém o mesmo estilo de linguagem do assistente virtual e segue o ritmo da comunicação em redes sociais.

Esse tipo de sintonia fina entre elementos visuais e comportamentais virou parte essencial do trabalho de criação. Alguns estúdios curitibanos estão indo além e oferecendo pacotes de identidade que incluem não só logo, cor e fonte, mas também microanimações, respostas de interface, storytelling para assistentes de voz e diretrizes de interação com IA. É o branding olhando para o presente — e pensando no futuro.

Marcas curitibanas que estão à frente do tempo

Não dá pra falar de tendências sem citar quem está fazendo bonito. Em Curitiba, várias marcas locais vêm apostando em identidades que não ficam presas ao logo fixo. Vamos a alguns exemplos (sem citar nomes específicos, respeitando a confidencialidade dos projetos, mas com base em práticas reais da cena local):

  • Uma startup de mobilidade urbana desenvolveu um sistema de identidade onde os elementos do logotipo ganham movimento fluido conforme o tipo de transporte exibido na interface. Se o usuário está em um trajeto de bicicleta, a animação segue um ritmo; se for de carro, outro. Tudo feito com responsividade visual e sonora — o usuário sente que a marca está ali o tempo todo, mesmo sem ver o nome dela na tela.

  • Uma marca de café de bairro, com pegada artesanal, apostou em um logo vivo que muda a cada estação do ano. A cor da marca se adapta às estações, os desenhos no rótulo também — mas o traço principal se mantém. Isso cria uma sensação de renovação constante, sem perder identidade. O logotipo virou praticamente um ciclo visual.

  • Uma plataforma de cursos online, voltada para criatividade e negócios, incorporou um avatar com personalidade própria nos canais de atendimento automatizado. A personagem tem linguagem informal, muda o ritmo das respostas e até brinca com o próprio nome. A identidade da marca passou a ser definida pelo modo como ela interage com o público, mais do que pelo logo que aparece no canto da tela.

Esses projetos têm uma coisa em comum: a identidade visual é só o começo. O verdadeiro trabalho está em manter a essência da marca presente em cada ação, cada toque, cada palavra. E esse tipo de construção exige cuidado, estratégia e, claro, muita criatividade.

O branding curitibano como referência nacional

Curitiba já é conhecida por ser um polo de design e inovação. Mas o que vem se destacando agora é a capacidade dos profissionais locais de traduzir complexidade em leveza. Criar marcas que se adaptam sem parecerem genéricas. Manter consistência sem engessar. E principalmente: entregar experiências memoráveis, mesmo em interações rápidas, como um comando de voz ou uma sugestão automática num app.

O segredo? Está na forma como se pensa a marca desde o início. Por aqui, o briefing para criar uma logomarca muitas vezes já começa com perguntas como:

  • Como essa marca vai se comportar em um assistente de IA?

  • Como ela será percebida em um chatbot?

  • Que tipo de movimento reforça sua personalidade?

  • Como ela fala com diferentes públicos em diferentes canais?

Essas perguntas fazem parte do novo vocabulário do design gráfico curitibano, cada vez mais voltado à construção de identidade como experiência — não apenas como estética.

E isso muda tudo.

Muito além do logo: como Curitiba está criando marcas que se comportam

Se antes o desafio de um designer era criar algo que funcionasse bem no impresso e no digital, hoje o desafio é outro: como tornar uma marca reconhecível em movimento, por voz, gesto ou interação? Em Curitiba, essa pergunta já faz parte do briefing. E a resposta tem envolvido muito mais do que estética.

Estúdios locais vêm adotando práticas inspiradas no que há de mais avançado no branding internacional, mas com um toque regional muito próprio. Aqui, o foco é construir marcas que tenham personalidade própria, capazes de se comunicar com o público em diferentes contextos — especialmente nos ambientes digitais mediados por inteligência artificial.

Isso significa, por exemplo, que uma marca não pode mais ser apenas um logotipo. Ela precisa ter voz. Precisa saber “falar” com o usuário por meio de textos, movimentos, cores, sons e até microinterações. Precisa ser lembrada não só por sua imagem, mas também pela experiência que oferece.

Em Curitiba, essa lógica já chegou às agências de design que desenvolvem marcas para aplicativos, fintechs, startups e até eventos culturais. Um bom exemplo é a forma como os designers estão lidando com interfaces de apps: as transições de tela, os gestos de navegação, os pequenos efeitos visuais — tudo isso faz parte da identidade da marca, mesmo sem mostrar o logo diretamente.

A ideia é transformar ações simples em comportamentos de marca reconhecíveis. Um gesto, uma cor que pisca, um som curto, uma forma de responder… tudo isso comunica. Assim como uma pessoa é lembrada por seu jeito de falar, uma marca pode ser lembrada pelo modo como interage. E isso, para o consumidor, é o que gera conexão emocional.

Logomarcas que respondem ao toque, à fala e ao contexto

Com a crescente presença da IA no dia a dia — seja em assistentes de voz, sistemas de busca ou ferramentas de produtividade — as marcas também estão se adaptando. Em vez de depender apenas de um logotipo fixo, elas agora precisam ser experienciadas em tempo real. E Curitiba tem sido laboratório dessa transformação.

Em projetos recentes desenvolvidos por designers curitibanos, a identidade visual se expande para elementos como:

  • Animações suaves que dão vida ao logo sem transformá-lo em um espetáculo, mas sim em uma sutil assinatura visual;

  • Tons de voz bem definidos, aplicados tanto em textos quanto em interações com chatbots e assistentes virtuais;

  • Paletas dinâmicas, que se ajustam conforme o horário, o clima, o perfil do usuário ou o tipo de conteúdo;

  • Símbolos que se adaptam ao meio: o ícone não é igual no mobile, na embalagem, no feed ou na Alexa — mas ainda assim mantém sua identidade.

Esse tipo de marca exige um projeto muito mais profundo e estratégico. Em vez de apenas apresentar o logo e seus desdobramentos visuais, os estúdios agora entregam guias de comportamento. Esses manuais definem como a marca age em diversas situações — como ela se move, como se apresenta em áudio, como responde a estímulos, como “se comporta” em diferentes canais.

Uma marca de café curitibana que recentemente reformulou sua identidade, por exemplo, passou a trabalhar com respostas animadas nos totens de autoatendimento da loja. O toque do cliente ativa reações diferentes dependendo da escolha. E essas microinterações foram pensadas para expressar o tom da marca — leve, acolhedora e com um toque de humor. Isso é branding no detalhe.

Curiosidade: logomarcas que mexem com a memória e não só com os olhos

Existe um motivo bem simples — e muito poderoso — para que os designers curitibanos estejam cada vez mais interessados em logomarcas que interagem, se movimentam e até “falam” com o público. A razão está no cérebro.

Sim, tem neurociência por trás disso tudo.

Estudos sobre percepção e memória mostram que o cérebro humano grava com mais facilidade aquilo que envolve múltiplos estímulos ao mesmo tempo. Quando uma marca usa não só um símbolo visual, mas também som, movimento, textura e tom de voz, o cérebro ativa mais áreas para processar aquela informação. E isso significa maior retenção de marca.

Ou seja: uma logomarca que se move suavemente quando o usuário desliza o dedo na tela, ou que responde com um som específico em um assistente virtual, tem mais chance de ser lembrada do que aquela que fica parada, sem expressão ou contexto.

É o mesmo princípio que faz com que a gente lembre do som de uma notificação, da vibração do celular ou até da vinheta de abertura de uma série. A memória é uma soma de experiências — e marcas que entendem isso, criam conexões reais.

Em Curitiba, alguns estúdios estão usando esse conhecimento de forma bem criativa. Um deles criou uma logomarca responsiva para um app de meditação, onde o símbolo principal “respira” junto com o usuário — o ícone se expande e se retrai suavemente na tela, no mesmo ritmo de uma respiração calma. Não tem nenhum texto ali. Mas o gesto comunica tudo.

Outro projeto, feito para uma plataforma cultural, aposta em sons curtos e personalizados associados a diferentes seções do site. A navegação vira quase uma trilha. E os usuários relatam, inclusive, que sentem falta desses sons ao acessar outras plataformas. O design deixou de ser apenas gráfico — virou experiência emocional.

O mais interessante é que essa ideia de “design com mais sentidos” não precisa ser complexa ou cara. Pequenos gestos já causam impacto. Um micro movimento. Um som discreto. Uma resposta de interface que faz sentido. Quando isso tudo está bem alinhado com a essência da marca, a identidade visual se fortalece sem esforço aparente.

E a IA entra justamente como catalisadora disso tudo. Com a ajuda de algoritmos e interfaces conversacionais, marcas conseguem se manifestar de forma mais natural, adaptável e personalizada. Mas é preciso cuidar para que isso não vire só uma repetição robótica.

É aí que Curitiba se destaca.

A cidade tem apostado em equipes multidisciplinares que envolvem designers, redatores, desenvolvedores e até músicos na criação de identidades. Cada marca nasce pensada para ser completa, sensorial e adaptável. Algo que conversa com o humano — e não só com o sistema.

O futuro das logomarcas, ao que tudo indica, não será estático. Ele será fluido, emocional e interativo. E Curitiba, com seu olhar criativo e sensível, já está desenhando esse futuro.